O novo habitante da Fundação Jardim Zoológico de Brasília mede 1 metro de comprimento (do fim da cauda até a cabeça), pesa 17 quilos e tem cerca de um ano e dois meses de idade. Há sete meses no local, o tatu-canastra fêmea Maria Bonita, apelidado de Mabu, dorme durante todo o dia e escava a terra à noite, hábitos da espécie. Segundo a fundação, é o único no mundo a estar em um zoo.
Ele foi encontrado ainda filhote e sozinho, em construções no Tocantins. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) o trouxe para o Centro de Triagem de Animais Silvestres da instituição, na Floresta Nacional de Brasília, e depois o levou para ser cuidado no Hospital Veterinário da UnB (Universidade de Brasília). Por fim, foi doado ao zoológico.
A zootecnista da unidade Ana Raquel Gomes Faria explica que, por ter sido criado por humanos e em cativeiro, Mabu não consegue mais se adaptar ao habitat. Além disso, ainda é muito novo e seria presa fácil na natureza.
— Quando chegou à UnB, ele ainda estava com os olhos fechados. A gente calcula que tinha menos de uma semana de vida.
O tatu-canastra fêmea poderá ser conhecido pelos visitantes em 2016. Para isso, é necessário construir um recinto próprio para abrigá-lo. De acordo com a fundação, a previsão é que as obras comecem no primeiro semestre. Por enquanto, o bicho fica em um lugar provisório.
Ameaça de extinção
Ana Raquel esclarece que os tatus-canastras são animais solitários e que, por isso, Mabu não pode compartilhar o ambiente do tatu-bola Juca, morador do zoo desde janeiro. Ela destaca ainda que os tatus-canastras estão ameaçados de extinção.
— Existem poucos deles na natureza. A taxa de reprodução é baixa, e as principais causas de estarem sumindo são a perda de habitat e a caça.
Segundo o projeto brasileiro Giant Armadillo — que se dedica à conservação da espécie —, esses dois fatores de ameaça mostram queda de 30% na quantidade de exemplares nos últimos 25 anos. Essa é a principal razão para o tatu-canastra ser classificado como vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, da União Internacional para Conservação da Natureza — organização sediada na Suíça que trabalha com a conservação de recursos naturais.
Predominância
A maior parte da espécie está em 11 países da América do Sul — Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Ela habita diversos ambientes, que vão desde florestas tropicais ao Cerrado. No Brasil, pode ser encontrada em quase todo o País, com exceção do Nordeste.
Foto: Andre Borges Agência Brasília
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