
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que o maior surto da doença registrado desde 1980 é ainda mais grave. Já são 1.696 notificações da enfermidade
Novo boletim epidemiológico da febre amarela revela um impacto ainda maior do surto da doença registrado neste ano que já era tratado como pior desde 1980. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) até essa segunda-feira foram registradas 1.696 notificações da enfermidade. Destes, 475 casos foram confirmados. Alta também pode ser vista no número de mortes. Foram 162 óbitos confirmados por febre amarela.
O surto da doença perdeu força ao longo dos meses. De acordo com a SES, o grande número de notificações de febre amarela aconteceu em janeiro, entre dos dias 8 de 21. A partir da semana seis, que corresponde a 5 a 11 de fevereiro, houve uma redução significativa no número de notificações. O último caso confirmado neste ano, o paciente começou a sentir os sintomas em 9 de junho.
Os dados mostram que Ladainha, na Região do Vale do Mucuri, foi a cidade que mais sofreu com a doença. Foram confirmados 57 casos de febre amarela e 21 mortes. Novo Cruzeiro, na mesma região, tem 39 casos e 13 mortes. Itambacuri, são 21 pessoas infectadas e outros 14 mortes em decorrência da enfermidade. E Teófilo Otoni, foram 18 casos e outras 13 mortes.
A doença se espalhou por Minas Gerais. De acordo com a SES, dos 853 municípios mineiros, há a suspeita de casos em 214, o que corresponde a 25% do estado. Já em 72 cidades foram confirmados casos da doença, o que corresponde a 8,4% do território mineiro.
Mortes de macacos
Na última semana, moradores de Além Paraíba voltaram a ligar o alerta contra a doença. Seis macacos foram encontrados mortos no município, sendo que em dois exames realizados na Fundação Ezequiel Dias (Funed) confirmaram a febre amarela. Por causa disso, a vacinação foi intensificada no município e realizado mutirão em alguns bairros. No último sábado, um posto foi aberto no Centro da cidade para receber a população que ainda não tinha se imunizado.
As mortes de macacos, que mostram a circulação do vírus, foram confirmadas em 142 municípios. Em outros 165, primatas mortos foram recolhidos para passar por exames. Esses casos continuam sendo investigados. Também há rumores em outras 182 cidades.