Chuvas torrenciais e calor incomum mataram pinguins de Magalhães.
Mudanças climáticas mataram uma média de 7% de filhotes por ano.
Da AFP

As mudanças climáticas intensificam o clima extremo e os bebês pinguins estão pagando o preço com suas vidas, advertiram dois estudos de longo prazo, publicados nesta quarta-feira (29).
Segundo um dos artigos, publicado na revista científica PLOS ONE, chuvas torrenciais e calor incomum mataram grande número de indivíduos jovens de pinguins de Magalhães no extremo da América do Sul.
“Este é o primeiro estudo de longo prazo a mostrar as mudanças climáticas tendo um grande impacto na sobrevivência de filhotes e no sucesso reprodutivo”, afirmou o principal autor do estudo, Dee Boersma, professor de biologia da Universidade de Washington.
Ao longo de 27 anos, uma média de 65% de filhotes morreram anualmente, segundo o estudo. Cerca de 40% morreram de fome e as mudanças climáticas foram responsabilizadas por matar uma média de 7% de filhotes por ano.
No entanto, as mudanças climáticas mataram 43% e 50% de todos os novos filhotes em dois anos de clima extremo. As avezinhas eram particularmente suscetíveis aos 9 e aos 23 dias de idade e grandes demais para ser protegidas pelos pais, mas jovens demais para desenvolver plumagem à prova d’água.
“Nós vamos ter anos em que quase nenhum filhote vai sobreviver se as mudanças climáticas causarem tempestades maiores e mais frequentes nas fases vulneráveis do acasalamento, como preveem os climatologistas”, afirmou o co-autor Ginger Rebstock.
O estudo foi feito em Punta Tombo, Argentina, na maior área de acasalamento dos pinguins de Magalhães. O outro estudo publicado na PLOS ONE se concentrou nos pinguins-de-Adélia, na Antártica.
Estes pinguins foram rastreados durante 13 anos para ver como a ruptura de icebergs gigantes impactaria sua sobrevivência. Em 2001, dois icebergs maciços invadiram a área de alimentação dos pinguins, no Mar de Ross. Os icebergs interromperam “dramaticamente” o acesso dos pinguins às suas presas, mas muitos ainda conseguiram criar seus filhotes, contou a principal pesquisadora, Amelie Lescroel, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês.