Corporação deu apoio à operação ‘Moda triste’, que é realizada pelo Ibama.
Ninguém foi preso, mas oito pessoas poderão ser responsabilizadas.
Do G1 PE
Mais de 800 peças com penas de aves silvestres foram apreendidas.
Foto: Divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal de Pernambuco (PF-PE) apresentou, na tarde desta quinta-feira (10), as 815 peças de artesanato indígenas produzidas com penas de animais silvestres que estavam sendo vendidas na Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), em Olinda.
A operação foi conduzida com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que coordena uma ação nacional chamada Moda Triste, focada em coibir o comércio de decoração e artesanato com partes de animais silvestres e nativos.
De acordo com o fiscal coordenador do Ibama, Amaro César, ninguém foi preso nem houve violência, mas oito pessoas, índios de Pernambuco, Bahia e Amazônia, foram identificadas e serão responsabilizadas. “No âmbito judiciário, elas podem pegar de seis meses a um ano de prisão pelo comércio. No [âmbito] administrativo, que será tratado pelo Ibama, além da apreensão do produto, será aplicada uma multa pecuniária que pode variar de R$ 500 a 5 mil de acordo com o tipo de animal e volume de peças”, disse Amaro.
“Fomos tratados como bandidos, como se a gente tivesse fazendo coisa errada. Levaram cocar, bracelete, brincos. Nós somos quem mais defende a natureza. Essas penas caem, a gente apanha”, explica Flávia Jaciriê, da tribo Xucuru, de Pernambuco.
Regra
O fiscal explicou que é proibido comercializar peças feitas com partes do corpo de animais silvestres nativos do Brasil, a exemplo de penas, dentes e ossos. “As mais chamativas [entre as proibidas] são araras e papagaios.
O comprador deve perguntar ‘é natural?’ ‘De que ave?’ Se for de papagaio, não pode. Galinha, pato e guiné são animais domésticos, tudo bem”, esclarece.
Amaro César lembra que os índios têm direito de usar o material nos rituais, mas não de vender ou expor para venda.