Jonathan, de 182 anos, ‘perdeu a chance de conhecer’ Napoleão na ilha de Santa Helena.
Da BBC

Plantation House, na ilha de Santa Helena, é a residência oficial do governador dos territórios britânicos ultramarinos no Sul do Atlântico. Lá vivem Jonathan, Myrtle e Fredrika – três tartarugas das cinco de uma espécie rara que habitam a ilha.
A mais velha delas é Jonathan, cuja idade registrada é de 182 anos. Ele é possivelmente o animal mais velho do mundo. ‘Ele é praticamente cego, por causa da catarata, e não tem mais olfato – mas sua audição é boa’, diz Joe Hollis, um dos guias turísticos da ilha.
O animal é um espécime raro de tartaruga-das-seychelles, oriunda da ilha do mesmo nome, que fica no Oceano Índico. As companheiras de Jonathan são de uma espécie levemente diferente – o jabuti-gigante-de-aldabra, do atol que leva o mesmo nome.
Hoje há poucos jabutis-gigantes-de-aldabra no mundo – apenas 100 mil, mas só algumas dúzias conseguirão se reproduzir.
Napoleão
A ilha de Santa Helena é famosa por ser isolada no meio do Atlântico Sul (no mapa, é um pequeno ponto entre a Bahia e Angola). Muitas vítimas do tráfico de escravos que adoeciam e não conseguiam completar a viagem da África às Américas ficavam na ilha, onde morriam após poucos dias. Além disso, Santa Helena abrigou Napoleão.
Nenhum dos moradores sabe explicar como Jonathan veio parar aqui. No século 17, os navios costumavam transportar centenas de tartarugas, muitas delas que serviam de refeição aos marinheiros.
Nas ilhas Galápagos, 200 mil tartarugas teriam sido abatidas para servir como refeição.
A pergunta que intriga todos é: como Jonathan escapou deste destino?
Uma hipótese é que o governador da ilha na época, Hudson Janisch, tenha adotado a tartaruga como animal de estimação.
Caso ele realmente tenha 182 anos, Jonathan teria perdido por uma década a chance de ‘conhecer’ Napoleão, que morreu em 1821 – pouco mais de dez anos antes do nascimento de Jonathan, que, segundo a estimativa, teria sido em 1832.
Os anos de ‘assédio’ dificultaram ainda mais a vida de Jonathan. Turistas costumam fazer o possível e o impossível para conseguir registrar uma imagem do animal. Hoje em dia, foi organizada uma fila para que os turistas possam – de longe – fotografar Jonathan.